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Encontro do Bem: a celebração da música como agente de transformação social

Encontro do Bem: a celebração da música como agente de transformação social

Uma noite dedicada ao bem. Uma apresentação que coroou a atuação de dois projetos, duas iniciativas que apostam na inclusão (e reintegração) social de crianças e adolescentes através da música. O calor humano venceu a noite fria desta quinta-feira (9/6) no Encontro do Bem, quando a Orquestra Villa-Lobos recebeu no auditório do Foro Central II, em em Porto Alegre, a Banda Liberdade para um espetáculo de sons e emoção.  O público, que lotou o auditório, formado por magistrados, servidores, familiares dos artistas e pessoas da comunidade, recepcionou calorosamente as atrações da noite. O evento foi promovido pela AJURIS com apoio da Brigada da Solidariedade do TJRS, Acedijus, OAB/RS e Cejus.

Com um repertório que foi de Heitor Villa-Lobos a Bruno Mars, passando pelo tango e pelo chorinho, a Orquestra Villa-Lobos encantou o público pela animação e também pela disciplina e habilidade dos jovens músicos nos diversos instrumentos. A apresentação contou, ainda, com a contribuição do Vocal Villa-Lobos e da cantora Muni, que fez a plateia cantar junto e aplaudir de pé os pequenos artistas. Um dos momentos mais esperados da noite foi o convite para a Banda Liberdade ocupar seu posto junto aos tambores, sob a orientação do coordenador Marcelo Pimentel. Os números de percussão empolgaram a plateia, que recebeu muito bem os jovens internos do sistema socioeducativo de Passo Fundo.

Regente e idealizadora da Orquestra Villa-Lobos, Cecília Rheingantz Silveira  destacou o apoio de todos os envolvidos no trabalho desenvolvido pelo projeto, salientando que, atualmente, são 22 educadores musicais atuando nas oficinas ministradas em sete escolas da Lomba do Pinheiro, que abrangem desde a educação infantil (com oficinas de musicalização para crianças a partir dos 4 anos) até adolescentes, jovens e familiares. Agradeceu, ainda, a iniciativa da AJURIS em promover o encontro, exaltando a atuação do Judiciário nas questões sociais.

Para o coordenador da Banda Liberdade, Marcelo Pimentel, o encontro representou um momento muito especial para os meninos do projeto, todos internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Passo Fundo. “É uma oportunidade de evoluir através da música e de ver uma outra realidade, um momento de muita luz”, destacou.

O juiz titular do Juizado Regional da Infância e da Juventude de Passo Fundo, Dalmir Franklin de Oliveira Júnior, que acompanhou a evolução do projeto e que, por diversas vezes, se apresentou com a banda, ressaltou a importância do momento para o processo de recuperação dos jovens. “É uma forma de transformação social, e uma maneira deles se mostrarem para a sociedade por meio da música, e serem bem recepcionados por essas experiências pedagógicas tão importantes para a real socioeducação, desestigmatizando esses jovens e mostrando para as pessoas que eles têm potencial para fazer coisas boas”, pontuou.

 

Caráter social estimula divulgação de ações

Responsável por propor o primeiro evento em 2015 com a Orquestra, o magistrado Pio Giovani Dresch, ex-presidente da AJURIS, relata que conheceu a iniciativa quando atuou na Vara de Família do Partenon. “O trabalho da Orquestra é exemplar no sentido de promover a inclusão social por meio da música.”

Ao final, a plateia encantada e emocionada pediu bis, e teve seu pedido atendido de maneira muito especial, com uma música inserida no repertório a pedido dos próprios alunos. Ao som de Locked Out Of Heaven, do cantor pop Bruno Mars, a Orquestra Villa-Lobos encerrou o espetáculo que proporcionou aos presentes mais de uma hora e meia de grandes emoções. Para a regente Cecília, “quando a música toca o público desta maneira, ela volta com a mesma intensidade para a gente; é uma troca fantástica, um grande privilégio”.

W.R., interno da Case Passo Fundo e integrante da Banda Liberdade desde o ano passado, contou que a música fortaleceu os vínculos familiares, na medida em que a família pode vê-lo tocar nas apresentações em dias de visita e datas festivas, além  de auxiliá-lo no processo de progressão da medida que cumpre. A música, segundo o jovem, possibilita a ele e aos demais “transmitir seus sentimentos”, aumentando, ainda, a interação entre os colegas de banda, com quem mantém amizade: “todo mundo interage”, resume. O jovem pretende seguir com a percussão quando deixar o sistema socioeducativo, “se tiver oportunidade”, garantiu.

Iniciativas que possibilitam novos caminhos e olhares são o que as duas propostas têm oferecido, ajudando a cultivar sementes para a formação de cidadãos voltados para o bem e com novas perspectivas de um futuro melhor.

 

 

Juliana Campani

Departamento de Comunicação

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