26 dez Diálogo, compreensão, tolerância, por Luis Carlos Rosa
Artigo de autoria do juiz de Direito Luis Carlos Rosa, publicado no dia 24 de dezembro em coluna semanal no Jornal das Missões, de Santo Ângelo.
As demandas judiciais aumentam a cada dia, as pessoas não têm tolerância, não exercitam o diálogo, não procuram compreender o outro, ou se colocar no lugar do outro, o que se vê no dia a dia forense é um exército de operadores do direito ajuizando ações aos borbotões, fomentando ainda mais o litígio..
A questão é mais preocupante quando está a se tratar de questões familiares, notadamente quando existem crianças envolvidas, onde a solução mais adequada e racional passa pelo diálogo franco e aberto, esquecendo as rusgas, esquecendo as questões jurídicas, cada qual reconhecendo seus erros, pensando juntos a melhor solução para os filhos.
É necessário que se tenha presente que não é o bico da caneta empunhada pelo juiz que criará ou restabelecerá o afeto, não será uma decisão judicial que criará um ambiente harmonioso, como em um toque de mágica, nada disso, quando se busca uma solução judicializada as pessoas abrem mão do diálogo, as posições se acirram, o clima de beligerância tende a aumentar, não é a toa que hoje tanto se investe e se incentiva a solução mediada, mas que pela cultura do litígio instaurada de cima a baixo, acaba por cegar a todos em busca de uma solução judicial, uma solução imposta, que no mais das vezes não resolve a questão central, notadamente, nas relações afetivas, onde o ideal e o adequado é o restabelecimento dos vínculos perdidos.
É necessário que em ações judiciais envolvendo crianças, os adultos envolvidos parem, pensem, reflitam, tenham alguns minutos com Deus, se necessário horas, sejam to2slerantes, reconheçam seus erros, perdoem a quem tiver de ser perdoado e reiniciem um novo caminho.
Estamos às vésperas de uma data especial, data em que se celebra o nascimento de Jesus Cristo, Natal, momentos como esse exigem reflexão, diálogo, compreensão e tolerância, não é o momento de acirrar os ânimos, pelo contrário é necessário acreditar nas pessoas, estender a mão para o outro, perceber que não somos o centro do universo, olhar a vida com outros olhos, com outro ânimo, com outro astral.
Quero desejar a todos os leitores um ótimo e abençoado Natal.