16 nov A luta gaúcha pelo pré-sal, por Carlos Cini Marchionatti
A imprensa do país está noticiando bombasticamente a votação pelo Congresso Nacional da distribuição dos royalties da exploração da riqueza do petróleo.
Para o Rio Grande do Sul, resultam R$ 505 milhões anuais, divididos entre Estado e municípios. Por enquanto. No futuro, será bem mais. Que maravilha.
A votação é histórica, o benefício é do povo brasileiro e gaúcho.
É hora de lembrar que começou no seio do Rio Grande do Sul, no seio das entidades profissionais unidas, parceiras e valorosas, a conscientização da sociedade local e brasileira pela riqueza do pré-sal, sobre o que não se tinha a menor ideia do que hoje é do conhecimento notório.
No dia 28 de outubro de 2008, com o auditório lotado da Escola Superior da Magistratura da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, após pronunciamentos visionários de homens públicos dedicados à sociedade, foi assinada pelas dezenas das pessoas presentes a Carta Aberta ao Presidente da República.
O assunto evoluiu, formou-se Comitê Gaúcho em Defesa do Pré-Sal na Assembleia Legislativa do Estado, realizaram-se audiências com autoridades de todos os poderes em Brasília, aulas magnas em faculdades, palestras pelos representantes da Assembleia Legislativa e das entidades Estado afora, junto às universidades e aos municípios, ato público na Esquina Democrática em meio à população, seguido de passeata pelo centro da Capital com o brado da campanha “O pré-sal é nosso”.
Os deputados estaduais e presidentes da Assembleia Legislativa na época, Alceu Moreira e Ivar Pavan, projetaram o assunto no Estado e no país e aos presidentes das Assembleias Legislativas estaduais, que também repercutiram. Os prefeitos do Estado e do país, deputados federais e senadores também se envolveram com o assunto.
Quando da assinatura do edital da Estrada do Parque em Sapucaia do Sul ao fim de 2009, as autoridades e entidades locais reuniram-se com os presidentes Lula e Dilma, então ministra, reivindicando a distribuição dos royalties.
Momento glorioso de dedicação à sociedade, em meio a centena de pessoas e autoridades de todos os lugares do país.
Passam-se hoje quatro anos e comemora-se a votação pela distribuição da riqueza do petróleo.
Os gaúchos têm do que se orgulhar, além de reconhecer a dedicação das autoridades, das entidades e da sociedade pela conquista da distribuição dos royalties do petróleo.
Carlos Cini Marchionatti foi presidente da Ajuris de fevereiro de 2008 a 2010, atualmente, é membro nato do conselho deliberativo da entidade e assessor da presidência da Associação dos Magistrados Brasileiros.
* artigo publicado em 14/11/2012 no jornal Zero Hora (pág. 15).