31 mar ‘Inovação com foco no cidadão’ por Daniel Neves Pereira
Inovação é a palavra da moda. E inovar no Judiciário é criar serviços ou melhorar a forma como são prestados. Mas só há sentido em inovar se for para melhorar a vida do cidadão. E com este objetivo, a Justiça gaúcha passa pela maior inovação de sua história, que é a transformação de milhões de processos de papel em processos eletrônicos. Mas não basta digitalizar. De forma criativa, juízes, juízas, servidores e servidoras do Judiciário aproveitam os avanços da tecnologia e criam soluções para oferecer ao cidadão uma Justiça mais acolhedora. Com a automatização de atos burocráticos, há redução de até 70% do trabalho humano, permitindo que sobre mais tempo para atender às verdadeiras demandas do cidadão.
Com o compartilhamento de trabalho entre as unidades, juizes e servidores de uma cidade trabalham em processos de outros locais onde há mais acúmulo de serviço. Tudo pela internet. O Tribunal de Justiça do RS ainda criou a Comissão de Inovação e o Laboratório de Inovação. São juizes, juízas servidores e servidoras que, ao lado de seu trabalho normal, dedicam seu tempo a criar soluções que atendam melhor o usuário da Justiça. E mais. O Judiciário gaúcho passa a estar conectado com organizações sociais que buscam transformar o Rio Grande em um polo de inovação, como o South Summit, o Pacto Alegre e o Fórum de Direito Digital.
O Judiciário abre suas portas e convida o cidadão a auxiliar na solução de problemas que não dizem respeito apenas ao Judiciário, mas a toda a sociedade. Com esta abertura, surgem novas perspectivas e soluções mais adequadas à sociedade moderna. Destaco a instituição da linguagem simples no TJRS, na busca de tornar os textos jurídicos mais compreensíveis. Essa e outras medidas adotadas pela Justiça gaúcha têm servido de modelo a outros tribunais pelo Brasil afora. A inovação e o foco no cidadão ajudam a explicar por que o Poder Judiciário gaúcho foi novamente apontado pelo Conselho Nacional de Justiça como referência nacional em produtividade e eficiência.
Daniel Neves Pereira, juiz de Direito e vice-presidente Cultural da AJURIS
Artigo publicado na edição de 30/3/23 do jornal Zero Hora