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Leandro Karnal destaca desafios do Judiciário no cenário atual

Leandro Karnal destaca desafios do Judiciário no cenário atual

Palestra do historiador encerrará XII Congresso Estadual de Magistrados, em Bento Gonçalves.

Instigada pela velocidade dos fatos e pelo avanço tecnológico, a sociedade vive um período marcado pela ascensão de desafios diários que impactam o modo de agir, pensar e se relacionar em comunidade. Esse cenário, conforme destaca o historiador Leandro Karnal, tem posto a atuação do Judiciário em evidência, especialmente, motivado pelo momento de transformação política do país. “A velocidade de tudo aumentou, sem o tempo de escandir, pesar e avaliar cada item de uma decisão. O Judiciário está sendo demandado como o fiel da balança de toda a sociedade sem receber os devidos recursos, pessoas e tempo suficientes para atender essa demanda”, analisa o palestrante.

“O tempo da Justiça está sendo confundido com o tempo da opinião pública, que trabalha mais com o Talião do que com a reflexão”, crítica o professor. Para Karnal, mais do que nunca é preciso restaurar a noção de que todo ato vem acompanhado de uma consequência. “A fala individual não é a moral de todos”, lembra, sobre a crescente onda individualista.

Em setembro, Leandro Karnal irá participar do XII Congresso Estadual de Magistrados, promovido pela AJURIS. Com a palestra “Entre redes e muros: juízes e seus labirintos”, ilustrando o tema do evento, o historiador encerra a programação, que será realizada nos dias 28 e 29, em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha.

Com mais de um milhão de seguidores no Facebook, o profissional tornou-se um dos mais aclamados palestrantes do Brasil. Gaúcho de São Leopoldo, Karnal é graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP). Também atua como professor há mais de 30 anos, é autor de livros e percorre o país fazendo palestras sobre assuntos que vão de atualidades à religião e ética.

Redes e muros

Em um cenário marcado pela polarização política, a cultura do ódio é impulsionada pela ilusão do anonimato das redes e a falsa ideia de impunidade. Como destaca Leandro Karnal, tais características estimulam os mais secretos e inconfessáveis males do ser humano e trazem sérias consequências para o convívio em sociedade. “O ódio discursivo aumentou e colabora para um ódio prático e violento das ruas. Ele sempre esteve aí, mas as redes deram vazão a isso”, afirma.

Colocar-se no lugar do outro é essencial para enfrentar essa realidade. Segundo o historiador, falta sensibilidade humana. “As pessoas precisam aprender que palavras ferem e de que gestos de violência, quase sempre, são precedidos por discursos de violência. Liberdade de expressão não é campo para incitação ao crime”, destaca.

Juízes e seus labirintos

Viver em labirinto significa estar rodeado pelas suas mais variadas encruzilhadas e, principalmente, aprender a viver cercado pelas incertezas. “Juízes prolatam sentenças a partir da intersecção entre a lei, a hermenêutica da lei e a própria subjetividade do julgador. Não há como fugir disso”, lembra o professor.

Segundo Karnal, a atualização contínua é imprescindível para exercer a função jurisdicional, ampliando as condições de atender aos conceitos envolvidos com consciência. “Estudo e reflexão não eliminam subjetividade, mas aumentam a luz sobre nossos medos e inconsciências”, afirma.

Congresso Estadual

O Congresso também terá a participação de outros palestrantes referências na abordagem de temas da sociedade e da Magistratura na atualidade. No dia 28 de setembro, quinta-feira, será realizado o painel Muros e pontes no horizonte dos Juízes. O debate reunirá a juíza de Direito do Rio de Janeiro, Andréa Maciel Pachá e o doutor em Direito e professor da USP, José Reinaldo de Lima Lopes.

Na sexta-feira (29), pela manhã, o Ministro Herman Benjamin palestra a partir do tema central do evento, Entre redes e muros: juízes e seus labirintos. O magistrado irá trazer o olhar e a experiência de quem atua no centro das principais discussões políticas do país, bem como compartilhar os desafios vivenciados ao longo da trajetória profissional.

As inscrições para o Congresso podem ser realizadas através do link goo.gl/CzkYMQ.

Teses

O prazo para envio de teses está aberto. Para incentivar a participação, os primeiros cinco estudos submetidos irão garantir a isenção da inscrição ao autor. A tese deverá conter o título, o nome do autor, a justificativa, o desenvolvimento, as conclusões ou recomendações e as indicações bibliográficas, quando for o caso e deverá ser enviada à AJURIS, através do e-mail leticia@ajuris.org.br    

Confira o regimento e outras informações sobre o Congresso: https://goo.gl/Gy7VXZ

 

Texto: Vinícios Sparremberger
Departamento de Comunicação
Imprensa AJURIS
(51) 3284.9107
imprensa@ajuris.org.br