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Rede de Direitos Humanos debate educação em segurança pública e modelo de formação policial

Rede de Direitos Humanos debate educação em segurança pública e modelo de formação policial

A Rede de Direitos Humanos do Sistema de Justiça e Segurança do Rio Grande do Sul recebeu, nesta segunda-feira (1/8), o sociólogo e professor da UFRGS José Vicente Tavares dos Santos, para abordar o tema da educação em direitos humanos para as forças de segurança. Pesquisador há quase três décadas sobre conflitos sociais, Tavares dos Santos se dedicou no último período ao estudo sobre a formação policial e modelo de polícia brasileira.

Conforme o professor, é preciso rediscutir qual o modelo de polícia necessário para a sociedade brasileira: agente repressor ou de promoção dos direitos humanos. “Se queremos passar a outro patamar civilizatório, precisamos discutir a concepção de segurança pública”.

Neste sentido, José Tavares relata a necessidade de analisar a formação policial: “A transformação de um jovem em um policial depende da visão da sociedade. Qual a concepção de educação que nós temos?”, questiona, apontando, no entanto, que apesar resistência interna das forças policiais, atualmente há produção intelectual e acadêmica sobre o que significa educar em segurança pública.

Durante a reunião, o presidente da Rede de Direitos Humanos em representação à AJURIS, Francesco Conti, questionou se existe contradição entre o incentivo à formação em direitos humanos para policiais, e a militarização, visto que, em tese, a segunda tem como princípio a guerra e o combate à um inimigo. Na avaliação do sociólogo, os regimentos internos são arcaicos e militarescos: “É importante desmilitarização de todos os procedimentos policiais. É preciso ter uma polícia democrática, eficiente e capacitada”, afirmou.

Currículo em Direitos Humanos

O colegiado também debateu a criação e estruturação de diretrizes curriculares em direitos humanos, para que seja aplicado nos cursos de formação das entidades que integram a Rede de DH. “É preciso que criemos práticas e não fiquemos apenas no meio da teorização e possamos ir para a sala de aula”, afirmou o professor de história e representante do Colégio Marista Rosário Guilherme Silva.

A proposta foi apresentada pela professora da Ulbra, Simone Imperatore. Na reunião, também foi acordado que um Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) ficará responsável pela organização e sistematização do documento e no próximo encontro, que ocorre no dia 3 de outubro, será organizada a forma como as entidades interessadas farão a difusão do conteúdo de direitos humanos na área da educação e formação.

 

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