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O telefone tocou, por Luis Carlos Rosa

O telefone tocou, por Luis Carlos Rosa

Artigo de autoria do juiz de Direito Luis Carlos Rosa, publicado no dia 26 de novembro em coluna semanal no Jornal das Missões, de Santo Ângelo.

Nesta coluna, com a autorização prévia das pessoas que escreveram o texto abaixo e que resolveram expressar o sentimento que estão a vivenciar ao darem início ao tão sonhando estágio de convivência com uma criança, sob a supervisão do Juizado da Infância e Juventude, após longa espera na fila dos pretendentes à adoção, permito-me transcrevê-lo:

“Como Deus é bom, às vezes nos esquecemos de agradecer, só lembramos de pedir, mas Deus nunca descansa, Ele nos conhece como ninguém, e sabe o momento exato de nos agraciar com sua bondade e providências. O ano ainda não terminou, tivemos momentos muito difíceis, passamos por uma perda, por muitas decepções, mas Deus estava ao nosso lado nos amparando.
Aprendi na Doutrina Espírita que tudo tem uma causa, uma razão de ser, e que jamais ficamos desamparados, tudo que acontece tem um motivo, e que jamais vamos fugir das conseqüências de nossos atos, sejam para o bem ou não.


Por isso tenho certeza que estou no caminho certo.

Hoje tenho muito a agradecer, recebi, ou melhor, recebemos, o nosso presente de Natal antecipado.

Um lindo presente, que veio trazer muitas alegrias a toda nossa família.

Um verdadeiro anjo de cabelos encaracolados, de sorriso fácil e olhar encantador.

Ser mãe e pai é amar incondicionalmente.

O amor não tem cor, sexo ou origem, o amor é sublime sentimento, é razão de viver, de sorrir, de respirar, amar é reconhecer nos pequenos gestos e detalhes a fonte de alegria de vida.

Adotar uma criança é um dos maiores gestos de amor que pode existir, adotar não é pegar pra criar, adotar é amar, dar carinho, respeitar, educar, ser pai e mãe de alguém que nasceu no coração, que teve uma espera de anos.

Hoje nossa casa se enche de riso, e de lágrimas, de canções de ninar, de brinquedos pelo chão, de fraldas, de papinhas, de roupinhas, de cheiro de nenê.

Hoje nossa casa passa a ter mais um integrante, um lindo menino […]. É com muita alegria que nós hoje podemos dizer nosso filho nasceu …. nosso telefone tocou.”.

A expressão “nosso telefone tocou” é utilizada durante nossos Cursos de Preparação à Adoção, para dizer aos pretendentes que um dia o telefone vai tocar e do outro lado estará uma assistente social, ou uma psicóloga judiciária, dando a notícia de que existe uma criança a espera de seus pais do coração, que o sonho está próximo de ser realizado.

Cada história como essa é impar, são histórias lindas, de amor incondicional, de vida, de devoção e de entrega. Não existe paternidade, ou maternidade não desejada em uma adoção, muito pelo contrário.

Um ótimo final de semana.