18 set Congresso da AJURIS: os desafios do uso da Inteligência Artificial nas atividades do Judiciário
O segundo dia do XVI Congresso Estadual da Magistratura, promovido pela Associação dos Juízes do RS (AJURIS), foi encerrado na quinta-feira (18/9) com uma palestra do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, em um momento do encontro dedicado à reflexão do uso da Inteligência Artificial no Poder Judiciário.
O ministro disse que ao assumir a Corregedoria Nacional de Justiça se propôs a enfrentar três desafios: a necessidade da implantação de um sistema interligado para agilizar a análise dos procedimentos correcionais, a adoção de transparência nas ações e o desenvolvimento de uma capacidade de replicar nacionalmente todos os atos. “Queremos interligar processos, pessoas e tecnologias, em um ambiente vivo e conectando bases de dados unificadas”, afirmou o ministro, detalhando algumas ferramentas digitais que serão implementadas com o objetivo de também facilitar o acesso do cidadão à Corregedoria.
O uso da IA no Judiciário precisa estar alinhado a três compromissos, afirmou o ministro. Primeira, a sustentabilidade institucional, com a redução do uso de recursos naturais, tornando a jurisdição mais racional. Segundo, a proteção integral dos Direitos Humanos e, por fim, o que chamou de imperativo ético: a supervisão humana sobre os processos decisórios. “O ser humano permanece no centro da atividade jurisdicional. A IA é um barco, e nós somos o timoneiro”, disse Campbell.
Antes da palestra do ministro, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Guilherme Guimarães Feliciano e João Paulo Schoucair fizeram uma apresentação sobre os avanços da Inteligência Artificial e como ela está sendo usada dentro do órgão para agilizar o trabalho jurisdicional, com ferramentas digitais que podem ser acessadas por juízas e juízes de todo o Brasil.
“A Inteligência Artificial é a principal tecnologia disruptiva desse momento histórico. Evidente que traz impacto na vida em geral e na vida do Judiciário em especial. A Resolução 615 do CNJ trouxe uma regulação do tema se apropriando da lógica da Europa, que é a identificação de modelos de riscos”, disse o conselheiro Feliciano. Na parte final da palestra, o conselheiro Schoucair destacou com ênfase o uso da Inteligência Artificial no combate ao crime organizado, com uma série de ferramentas e sistemas que permitem identificar o trabalho de quadrilhas.
Confira aqui as imagens da tarde do 2º dia do Congresso.

