12 abr ‘A Violência nas Escolas e a Educação Para a Paz: o Caso de Pelotas’, por Marcelo Malizia Cabral
A violência constitui fenômeno quotidiano nas escolas e em seu entorno, manifestando-se de variadas formas, como agressões físicas, insultos, ameaças, preconceitos, bullying, interrupção das aulas, depredações, violência de gênero, racismo, homofobia, além de outros tipos de violência.
Apresentando-se como pilares da educação o “aprender conviver” e o “aprender a ser”, o tratamento dos conflitos e da violência ocorrida no ambiente escolar e a educação para a cidadania e para a paz, constituem tarefas imprescindíveis à saúde das escolas.
Educar para a paz é uma forma particular de educação em valores, pressupondo a educação a partir de determinados valores como a justiça, a cooperação, a solidariedade, o compromisso, a autonomia pessoal e coletiva, o respeito.
As práticas restaurativas e os círculos de paz em âmbito escolar são práticas de cuidado e por meio deles podem-se prevenir e administrar os conflitos sem atos violentos.
Em Pelotas, implantamos a Justiça Restaurativa e os círculos de paz nas escolas há mais de uma década e observamos que os círculos de paz promovem ambientes de respeito, tolerância, empatia, amor, inclusão, acolhimento. Uma Escola da Paz aprende habilidades de escuta, participação, o que gera pertencimento, relações baseadas no respeito, no afeto e a paz por consequência.
Graças à Educação para a Paz não convivemos com violências graves nas escolas de Pelotas há alguns anos, especialmente na rede municipal, onde a Justiça Restaurativa está bem desenvolvida, fruto de parceria entre o Poder Judiciário e a prefeitura de Pelotas!
A Educação para a Paz é o caminho!
Marcelo Malizia Cabral, juiz de Direito e integrante do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da AJURIS