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Negritude e papel da mulher na sociedade são temas de palestra promovida pela AJURIS

Negritude e papel da mulher na sociedade são temas de palestra promovida pela AJURIS

Mais de 80 pessoas lotaram o auditório do Farol Santander, em Porto Alegre, no início da noite desta quinta-feira (14/3) para ouvir a escritora e ativista Bárbara Carine, doutora em Ensino de Química pela Universidade Federal da Bahia e também influenciadora digital. A palestra, que integrou a sétima edição do evento Lugar de Mulher É Onde Ela Quiser e marcou o início das comemorações dos 80 anos da Associação dos Juízes do RS (AJURIS), teve como foco discutir o papel das mulheres na sociedade contemporânea, com foco na vivência de mulheres negras. “A gente está sempre procurando um lugar para colocar a cabeça para fora desse mar de opressões e dizer ‘eu consigo oprimir em algum lugar’”, refletiu Bárbara.

Em sua fala, Bárbara explicou como a ciência, ao longo de séculos, trabalhou para construir uma ideia de ser humano masculino, branco, heteronormativo, cisgênero, magro e sem deficiências físicas. Dentro disso, mulheres brancas foram afastadas, e pessoas negras distanciadas. “Corpos de pessoas negras foram reduzidos ao corporis. Um corpo reduzido de pensamento. E um corpo assim oferece o que? Trabalho, normalmente braçais, e o sexo”, disse. 

A palestra, mediada pela juíza Priscila Anadon Carvalho, também trouxe para o centro do debate a importância e o poder da escola na sociedade. Bárbara é idealizadora da Escola Maria Felipa, a primeira instituição de ensino afro-brasileira do Brasil. A ativista defendeu a formação de professores, com educação antirracista e diversa. Contudo, para Bárbara o compromisso de transformar a sociedade não cabe apenas às instituições de ensino. “A escola tem um papel estratégico, mas esse compromisso de transformar a maneira como enxergamos e refletimos sobre as coisas cabe a todos nós. Um espaço representativo é um espaço de segurança”, afirmou.

A abertura da palestra foi feita pelo presidente da AJURIS, Cristiano Vilhalba Flores, pela vice-presidente Cultural, Samyra Remzetti Bernardi, e pela diretora do Departamento das Mulheres Magistradas Andréia da Silveira Machado. Além disso, o evento contou com a apresentação de dois projetos da Associação desenvolvidos pelo Departamento para o mês da mulher: a edição especial do podcast AjurisCast e a série Magistradas Além da Toga. Os projetos foram apresentados pelas magistradas Quelen Van Caneghan, Viviane de Faria Miranda e Marcela Pereira da Silva, também diretoras do Departamento.