fbpx

AJURIS repudia ataque à Magistratura em declaração do Ministro Gilmar Mendes

AJURIS repudia ataque à Magistratura em declaração do Ministro Gilmar Mendes

A AJURIS se associa à AMB no repúdio às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de que instituições do Poder Judiciário se aproveitam das autonomias administrativa e financeira para promoverem “seu pequeno assalto”.

O presidente da AJURIS, Gilberto Schäfer, afirma que se espera de um Ministro do STF serenidade, atitudes e declarações em conformidade com sua posição institucional, principalmente neste momento de crise política e no qual instituições são atacadas, em especial o Poder Judiciário por exercer forte combate à corrupção.

Schäfer frisa que a AJURIS repudia toda e qualquer ataque à lisura da Magistratura, independente da origem. Ressalta que a Associação tem atuado de forma incessante sobre defesas de prerrogativas e na defesa dos associados, inclusive esclarecendo aos Poderes e opinião pública sobre o regime remuneratório do Poder Judiciário, e reafirma seu compromisso de defesa incondicional da Magistratura.

 

Leia nota da AMB

AMB repudia ataques à magistratura proferidos pelo ministro do STF, Gilmar Mendes

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) repudia as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de que as instituições do Poder Judiciário se aproveitam da autonomia administrativa e financeira para fazer “seu pequeno assalto”.

O Judiciário vem sendo atacado e desrespeitado por uma série de iniciativas que visam a enfraquecer a magistratura. O questionamento sobre seus vencimentos é uma consequência desse movimento, uma vez que coloca em dúvida a recomposição parcial dos subsídios, já prevista na Lei Orçamentária de 2016, cuja aprovação se arrasta desde julho de 2015, quando o STF enviou a proposta ao Congresso Nacional.

A AMB considera inadmissível qualquer ataque vindo de autoridades e instituições ligadas ou não ao Poder Judiciário. Não serão aceitas manifestações deselegantes e afrontosas, ainda mais feitas por integrantes do Judiciário que não iniciaram carreira na primeira instância, em comarcas de difícil acesso e sujeitas a toda série de limitações, inclusive a terem seus foros incendiados, como ocorreu há poucos dias em Goiatuba, no interior de Goiás.

Além disso, o ministro esqueceu de dizer que os magistrados possuem limitações legais e constitucionais a que não estão sujeitas outras carreiras do Estado, estando impedidos de ter outras fontes de renda além da remuneração pelo exercício dos seus cargos, que somente pode ser complementada com a dedicação dentro das salas de aula.

É lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no País, milite contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim, e utilize como pauta a remuneração da magistratura. O ministro defende financiamento empresarial de campanha e busca descredibilizar as propostas anticorrupção que tramitam no Congresso Nacional, ao invés de colaborar para o seu aprimoramento.

Sustentamos outro conceito de magistratura, que não antecipa julgamento de processo, que não adota orientação partidária, que não exerce atividades empresariais, que respeita as instituições e, principalmente, que recebe somente remuneração oriunda do Estado, acrescida da única exceção legal da função do magistério.

Dessa forma, a AMB repudia que autoridades se aproveitem de um momento tão fundamental para a democracia para buscar espaço midiático, desrespeitando as instituições. A entidade reforça que é fundamental, cada vez mais, fortalecer o Judiciário como um órgão que tem atuado fortemente a favor do cidadão brasileiro, prezando sua autonomia e independência funcional.

João Ricardo Costa – Presidente da AMB