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Caronetas, por Carlos Eduardo Richinitti e Patrícia Laydner

Caronetas, por Carlos Eduardo Richinitti e Patrícia Laydner

Artigo de autorida do desembargador e da juíza de Direito, Carlos Eduardo Richinitti e Patrícia Antunes Laydner, publicado na coluna do TJ/RS do jornal O Sul desta segunda-feira (6/4).

Todos que vivem em grandes cidades são, de forma direta ou indireta, afetados pelos problemas causados pelo excesso de veículos. A poluição atmosférica, resultado dos gases e micropartículas emitidos pela queima de combustíveis fósseis, é um grande fator de risco à saúde humana (acentuando quadros de bronquite, alergias ou, até mesmo, contribuindo na predisposição ao câncer). Além do prejuízo às espécies, a poluição agrava o chamado “efeito estufa”, com consequências nefastas para o equilíbrio do planeta. Somam-se a isso a poluição sonora e o stress provocados pelos congestionamentos, e o resultado é uma evidente redução da qualidade de vida urbana.

Foi pensando nestes problemas e nas dificuldades impostas por um sistema de transporte público deficitário, que o TJ/RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul), por meio da Inovajus (a comissão de inovação do órgão) e do Ecojus (o sistema de gestão ambiental), resolveu investir em uma nova ferramenta de mobilidade urbana, a Caronetas (Caronas Inteligentes). Trata-se de um sistema simples, utilizado com sucesso em vários países e em outros Estados do Brasil, quando então, através da internet, forma-se uma comunidade segura, integrada por magistrados e servidores, os quais, mediante cadastro, informam sua rota de deslocamento diário e manifestam interesse em dar ou em receber carona.

A combinação das caronas poderá acontecer de forma gratuita ou inclusive com a transferência virtual de uma moeda denominada “caroneta”, que poderá ser trocada por produtos e serviços em várias grandes empresas cadastradas no sistema. Além disso, nada impede que os usuários ajustem entre si, de forma autônoma, outras maneiras de divisão de eventuais custos do transporte, como gasolina, estacionamento, táxi, rodízio de caronas, etc. Ainda, brevemente, o TJ/RS e o Foro Central disponibilizarão vagas em seus estacionamentos, destinadas àqueles que aderirem à ideia de compartilhar deslocamentos solidários.

Importante reiterar que o crescimento desordenado da frota de carros, sem o oferecimento de um sistema de transporte público adequado ou solução alternativa, ameaça, para logo, uma completa estagnação do sistema viário. A imobilidade urbana é iminente, sem falar na agressão irresponsável ao meio ambiente, com milhares de veículos jogando na atmosfera o mortal dióxido de carbono e outros resíduos prejudiciais à saúde.

Diante deste quadro, não há mais espaço apenas para boas intenções. Temos que agir. E foi o que fez, de forma inovadora, o Judiciário gaúcho. O próximo passo é convidarmos os nossos vizinhos próximos, MP (Ministério Público) e Justiça Federal, para integrarem a nossa comunidade, aumentando em muito o potencial de caronas concretizadas.

Essa é a ideia. Conheça, adote, divulgue! A cidade e o mundo agradecem!

 

Carlos Eduardo Richinitti e Patrícia Antunes Laydner
Desembargador e juíza de Direito

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