10 jul Psicanalista destaca desafios de se viver em labirinto
Considerada uma alegoria da condição humana, o labirinto figura ao longo dos milênios como a principal expressão para entender a complexidade da existência humana. Trata-se, segundo o psicanalista Abrão Slavutzky, do espelho do mundo, rodeado por suas mais variadas encruzilhadas e envolto de incertezas. Pensar o labirinto, segundo o especialista, tem sido uma crescente cada vez maior, especialmente, em uma época considerada “a mais labiríntica da história”, como ele próprio define. “É possível andar pelos labirintos com menos peso, aprender a caminhar com mais leveza. Por isso, pensar labirinto é cada vez mais necessário”, destaca Slavutzky.
Buscando incentivar esse “pensar”, a AJURIS promove, em setembro, a XII edição do Congresso Estadual de Magistrados. Com o tema Entre redes e muros: juízes e seus labirintos, o objetivo é refletir criticamente sobre a condição dos magistrados em um ambiente evidentemente marcado pela complexidade das transformações sociais e tecnológicas. O evento ocorre nos dias 28 e 29, em Bento Gonçalves, na serra gaúcha.
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Também com o propósito de instigar a reflexão, o psicanalista foi convidado a falar sobre o tema na reunião da 11ª Coordenadoria de Porto Alegre no dia 30 de junho, a convite da coordenadora Dulce Oppitz. Após o encontro, o psicanalista Abrão Slavutzky gravou uma mensagem para os associados em que destaca um dos principais desafios de se viver em labirinto.
Segundo Slavutzky, a vida é composta por uma sucessão de labirintos. “Muitas vezes se sai de um labirinto para entrar em outro. E assim é: a gente vive de labirinto em labirinto, sem mesmo se dar conta, saímos de um e entramos em outro”, analisa. O grande desafio é aprender a caminhar pelos labirintos: aprender com os erros, repeti-los menos e, principalmente, identificar as boas parcerias. “Boas amizades nos labirintos da vida são indispensáveis, pois são os irmãos da vida que festejam nossas vitórias e são solidários nas derrotas”, ressalta.
Nos últimos cinco anos, como lembra o especialista, a humanidade vem passando por um período marcado pelo crescente ceticismo e, consequentemente, o declínio de uma visão mais otimista sobre o futuro. Há, nesse contexto, uma exaltação da questão dos labirintos, ampliando a correlação entre a figura mística e a vida em sociedade.
Como ameaça desse cenário, Slavutzky ressalta a onda de fanatismo cada vez mais visível nas discussões, especialmente, nas mídias sociais. “Os fanáticos são sempre perigosos. Eles têm aquilo que é impossível de ter nos labirintos: a certeza. Nos labirintos não se pode ter certeza. O desafio é justamente aprender a conviver com a incerteza”, destaca. O especialista lembra, contudo, que a idealização faz parte da condição humana, assim como a fé. “O problema é quando se idealiza excessivamente”, afirma.
Congresso Estadual de Magistrados
As inscrições para a XII edição do Congresso podem ser realizadas através do link goo.gl/CzkYMQ.
Teses
Está aberto prazo para envio de teses. Para incentivar a participação, os primeiros cinco estudos submetidos irão garantir a isenção da inscrição ao autor. A tese deverá conter o título, o nome do autor, a justificativa, o desenvolvimento, as conclusões ou recomendações e as indicações bibliográficas, quando for o caso e deverá ser enviada à AJURIS, através do e-mail leticia@ajuris.org.br
Confira o regimento e outras informações sobre o Congresso: https://goo.gl/Gy7VXZ
Texto: Vinícios Sparremberger
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