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Exposição Fotográfica 20 anos de Presídio Central é aberta com grande presença do público

Exposição Fotográfica 20 anos de Presídio Central é aberta com grande presença do público

O mezanino do Palácio da Justiça recebeu na tarde desta quinta-feira (20/7) uma grande quantidade de público para prestigiar a abertura da Exposição Fotográfica 20 anos de Presídio Central. Com organização da AJURIS, em parceria com o Memorial da Justiça do RS, a mostra conta com 84 fotos do juiz da Vara de Execuções Criminais Sidinei Brzuska e do acervo do magistrado Marco Antônio Bandeira Scapini, falecido em 2014, feitas pelo fotógrafo Marco Aurélio Couto.

A vice-presidente da AJURIS Vera Deboni abriu a cerimônia destacando o importante legado deixado por Marco Scapini e “que a sensibilidade do Sidinei Brzuska deu sequência”. A magistrada chama a atenção para a reflexão proposta pela mostra: “Precisamos repensar o sistema prisional, e refletir sobre um modelo que nos ofereça respostas. Temos aqui exposto um grande problema e uma população que precisa ter visibilidade”, afirmou.

Vera Deboni fez referência, ainda, a proposta elaborada em 2016 pelo Fórum da Questão Penitenciária e apresentada no começo do ano ao governador Sartori para a criação de um programa estadual penitenciário, que criaria um sistema para o cumprimento da pena. O Governo do Estado, responsável pela execução penal, no entanto, não deu seguimento ao tema.

Representando o Tribunal de Justiça do RS (TJRS), o coordenador do Memorial do Judiciário, desembargador José Carlos Teixeira Giorgis, saudou a coragem da Ajuris em organizar uma exposição “antológica e paradigmática”: “As fotografias se expressam por si mesmas e são doloridas”, afirmou. Utilizando uma figura de linguagem, da árvore que cria raízes, o desembargador também falou sobre a necessidade de uma reflexão profunda sobre a situação do sistema prisional: “É uma mensagem contundente ao povo do Rio Grande”.

Antes de abrir a mostra para visitação do público, o curador da Exposição Sidinei Brzuska contou que as primeiras imagens eram apenas registros dos presos com as famílias, feitos nos dias de visita. Ele relatou que começou a revelar as imagens e entregar aos detentos, quando percebeu que “alguns presos grudavam as fotos nas paredes e que passavam a cuidar melhor das celas”.

Exposição Fotográfica 20 anos de Presídio Central permite aos visitantes percorrer, por meio das imagens, diversos locais da casa prisional, passando pela triagem, cozinha, pavilhões e celas. “Essas fotografias são a realidade que está posta e não vamos mudar sem mudar a cultura”, finalizou, abrindo a mostra ao lado de Jussana Scienza Scapini, viúva de Marco Scapini.

O evento é organizado pela Vice-Presidência Cultural da AJURIS e contou com a presença da vice-presidente Rute dos Santos Rossato. Prestigiaram a abertura da mostra a coordenadora do Centro Operacional de Direito Humanos do Ministério Público do RS, Angela Salton Rotunno; Roque Reckziegel, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RS, e a vice-presidente da Associação dos Defensores Públicos do RS (Adpergs), Bárbara Bernardes de Oliveira Sartori.

 

Grande presença de público

A abertura da Exposição foi prestigiada por dezenas de pessoas. A mostra fica aberta ao público até o dia 25 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. A equipe do Memorial do Judiciário está agendando visitas guiadas para grupos. Os interessados devem fazer contato pelo telefone (51) 3210.7176 ou pelo e-mail memorial@tjrs.jus.br.

 

Confira a opinião de algumas pessoas que visitaram a Exposição:

Letícia Aquino, estudante de Letras, 21 anos:

“O Presídio Central tem todo esse sistema e a gente busca entender um pouco. Como estudante de Letras, e mais focada na literatura, a gente visa achar literatura dentro das coisas, e eu vim aqui prestigiar essas imagens e o que elas me trazem”.

 

João Cláudio Fakhreddin, estudante de Ensino Médio, 16 anos:

“Eu vim com o meu amigo, ele quer fazer Direito e eu, Psicologia. Eu me interesso bastante por essa área, então vim conhecer mais sobre a realidade”.

 

 

Marloren Lopes Miranda, doutoranda em Filosofia, 31 anos:

“Eu vi o documentário Central e estou discutindo com colegas sobre a questão dos presídios e a implicação do Estado nessas condições dos presos, a quem isso interessa. Achei as fotos muito boas e muito interessantes os focos, e bastante fortes as imagens”.

 

 

Galeria de fotos:

 

Texto e fotos: Joice Proença
Departamento de Comunicação
Imprensa AJURIS
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