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Coletivo de instituições forma a Frente de Enfrentamento à Mortalidade Juvenil

Coletivo de instituições forma a Frente de Enfrentamento à Mortalidade Juvenil

Alunos, familiares e professores de diversas escolas públicas da capital lotaram o auditório Márcio Oliveira Puggina, da Escola da AJURIS, para o lançamento da Frente de Enfrentamento à Mortalidade Juvenil em Porto Alegre. Com o objetivo de fortalecer a luta por melhores políticas públicas e estimular o protagonismo juvenil, o evento discutiu a importância de aproximar o debate junto à comunidade gaúcha e destacou a atuação da Frente na luta pela inclusão social dos jovens de periferia. “É preciso que se apresentem oportunidades efetivas para esses jovens. A união de entidades nesta Frente nos faz acreditar e querer fazer a diferença”, destacou o juiz do 3º Juizado da Infância e da Juventude, Charles Maciel Bittencourt, representante da AJURIS na Frente.

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, em 2016, dos 800 homicídios registrados na capital, 57,8% (463) foram de jovens entre 15 e 29 anos. O alto índice de mortalidade juvenil registrada no último ano é a principal preocupação da Frente. Para os membros da iniciativa, o investimento em políticas de proteção social para as juventudes configura-se como uma potente estratégia para a redução da violência letal juvenil na cidade. “É nítida a correlação direta entre a precariedade de políticas públicas e o aumento da mortalidade juvenil. É preciso mais do que policiamento. Não se enfrenta esse problema com armas”, defendeu o professor da PUCRS, Giovane Antonio Scherer, responsável pelo grupo de trabalho Pesquisa e Produção de Conhecimentos da Frente.

Além do debate em torno das ações de enfrentamento à mortalidade juvenil, o evento, realizado na tarde desta quinta-feira (25/5), contou com o depoimento de jovens sobre a realidade enfrentada no dia a dia onde moram e a importância de ações em prol de oportunidades. “Não é a violência no bairro onde a gente mora que vai fazer com que a gente vire bandido, mas é fato que o jovem de periferia enfrenta muitas dificuldades”, relatou Lucas Name, de 29 anos, integrante do grupo Restinga Crew.

A Frente é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Juventudes e Políticas Públicas (Gejup), vinculado ao Programa de pós-graduação em Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS. Também integram a frente profissionais vinculados ao Poder Judiciário, Ministério Público, Prefeitura Municipal (Smed, Fasc, Fase), Polícia Civil, Conselho Tutelar, Instituições de Ensino, que atuam no sistema de garantia de direitos e jovens interessados pela temática.