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Instituto Crack Nem Pensar ressalta a importância da prevenção ao uso de drogas

Instituto Crack Nem Pensar ressalta a importância da prevenção ao uso de drogas

Promover o debate sobre o uso de drogas de uma forma ampla e sob diversos aspectos. Esse foi o objetivo do Dia Internacional de Prevenção ao Abuso de Drogas: Sua Vida, Sua Comunidade, Sem Drogas promovido pelo Instituto Crack Nem Pensar nesta sexta-feira (26/6), na Escola Superior da Magistratura (ESM). A abertura do encontro contou com apresentação do coral Vida Urgente, formado por pais que perderam os filhos em acidentes de trânsito. A exposição As estatísticas têm rosto, organizada pela entidade, mostrando fotos de jovens que tiveram seus sonhos interrompidos por fatalidades dessa natureza  trânsito também integrou a programação.

O evento alusivo à data estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) teve a participação do secretário estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, César Faccioli, da assistente social do Núcleo de Relações Humanas do Serviço Social da Indústria (SESI) do Rio Grande do Sul, especialista em prevenção ao uso de drogas, Ângela Maria Finck, e do diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Flávio Pechansky. Os três foram unânimes em destacar a prevenção como a questão mais importante quando o assunto é  drogadição. Os trabalhos foram coordenados pelo presidente do Instituto em representação à AJURIS, Luiz Matias Flach.

O magistrado aposentado ressaltou que, como não há um único entendimento sobre o tema, é imprescindível o debate sem qualquer espécie de preconceito para se encontrar a melhor solução. “Nós buscamos o debate amplo e diversificado sobre a matéria. O tema é difícil, multilateral sem dúvida, diz respeito a todo tipo de atividade e a todo nível de pessoas”, resume, enaltecendo a importância da análise das diferentes visões.

A apresentação de Pechansky, denominada Práticas e políticas sobre álcool e drogas no trânsito – uma geração em atraso, teve como base a comparação das ações de prevenção e fiscalização em países com alto nível de desenvolvimento (Noruega, Austrália, EUA) e com baixo (Argentina, Brasil e México).

O médico destacou que, nos países desenvolvidos, a fiscalização com o uso do bafômetro é indiscutível, ou seja, a população está acostumada a se submeter ao teste. Mais do que isso: sabe que será punida em caso de desrespeito à legislação. O mesmo não ocorre nas nações em desenvolvimento. “Existem margens legais que permitem que eu me negue (a fazer o bafômetro), porque eu estou respaldado pela Constituição”, lembra. Para modificar essa realidade, Pechansky salienta a necessidade de associar uma mudança de cultura a uma intensa fiscalização, visando mitigar a sensação de impunidade sentida por muitos motoristas.

O secretário Faccioli ressaltou, durante o evento, que o governo do Estado busca tratar do problema por meio da articulação dos diferentes serviços oferecidos pelo Executivo. Esse projeto tem três eixos: prevenção, qualificação da rede de saúde e segurança pública. “Essa articulação passa por uma expansão muito maior de redes de serviços a partir da Educação, da reinserção social depois da superação da dependência química, ou seja, é uma rede. E é com esse olhar que nós estamos tratando a questão”, analisa.

Em sua participação, Ângela falou sobre o trabalho de prevenção desenvolvido pelo Sesi junto as indústrias do Rio Grande do Sul. Excesso de licenças de saúde, de faltas e problemas de relacionamento são algumas das consequências possíveis quando algum integrante da equipe é usuário de drogas. Isso, logicamente, tem reflexos negativos na produção da empresa. “Investir em prevenção é mais barato, mais eficaz e leva menos tempo para se atingir um resultado”, resume a assistente social, apontando o melhor caminho a ser seguido nesses casos.

O Dia Internacional de Prevenção ao Abuso de Drogas é uma realização do Instituto Crack Nem Pensar em parceria com a Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos. O evento tem apoio da AJURIS, da ESM, do Sesi, e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. O presidente da Associação, Eugênio Couto Terra, e o vice-presidente Administrativo, Gilberto Schäfer, prestigiaram o evento. Em sua saudação, Eugênio Terra destacou que, por ser composto por diferentes, entidades, o Instituto Crack Nem Pensar permite a pluralidade da visão sobre drogas. Também aproveitou para saudar a gestão de Flach à frente da entidade.

 

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