08 fev Perfil: Daniel Neves Pereira, vice-presidente Cultural
Após dois anos de experiência como diretor no Departamento de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania, o juiz de Direito Daniel Neves Pereira, 43 anos, se prepara para assumir a vice-presidência Cultural da Associação dos Juízes do RS (AJURIS) no biênio 2022-23. O magistrado, que por um ano e meio residiu nos Estados Unidos (EUA), tem na bagagem a vontade de incentivar projetos que façam a diferença na sociedade gaúcha.
Natural de Tubarão (SC), Pereira ingressou na magistratura gaúcha em 2005, passando pelas nas comarcas de Santa Maria, Lavras do Sul, Rio Grande, São Leopoldo e Porto Alegre. Atualmente, o juiz jurisdiciona na 7ª Vara Cível do Foro Central da Capital e coordena o Núcleo de Justiça 4.0, especializado em Alienação Fiduciária de Veículos Automotores. Recentemente, o magistrado também foi promovido a representante suplente do Tribunal de Justiça do RS (TJRS) na Rede Colaborativa de Direitos Humanos, Equidade de Gênero, Raça e Diversidades.
Além de uma ampla trajetória profissional, Pereira também é dedicado aos estudos. Graduado em Direito e pós-graduado em Direito do Consumidor e Direitos Fundamentais pela Universidade Federal do RS (UFRGS), o magistrado ainda é mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Indiana (EUA). O juiz, que já passou por diversas capacitações do TJRS, ainda é engajado na Escola da Magistratura da AJURIS, onde coordena o Núcleo de Estudos de Inovação e Administração Judiciária e é membro da Comissão de Relações Internacionais e Institucionais.
Metas da gestão
A defesa dos direitos humanos sempre esteve ligada à trajetória de Pereira. Atuando na vice-presidência Cultural, o juiz pretende promover debates entre os magistrados e a sociedade civil sobre multiculturalismo e pluralismo jurídico. “Vamos buscar promover eventos culturais regionalizados de forma a ampliar a participação dos associados do interior”, destaca.
Proporcionar o acesso a diferentes formas de expressões artísticas e culturais também está entre as metas do dirigente, que inclui a valorização das tradições gaúchas nesse projeto. O magistrado quer, ainda, desenvolver mais espaços colaborativos para que os associados possam expor suas obras.
Por que a magistratura?
Desde o início da graduação, Pereira sempre almejou uma carreira na magistratura. Aquela figura profissional que na faculdade parecia distante, aos poucos foi se aproximando com base na dedicação e esforço do magistrado. “O juiz se apresentou como uma pessoa capaz de resolver problemas e de influenciar no destino das pessoas e da sociedade. A partir desta constatação, a admiração pela carreira só cresceu”, ressalta.
Ainda na universidade, Pereira ingressou como servidor da Justiça Federal. A oportunidade foi essencial para abrir seus horizontes no ambiente jurídico. “A partir disso, meu foco era ser juiz. Tanto é que, embora nomeado, desisti de tomar posse no cargo de procurador da Fazenda Nacional para continuar nas demais etapas do concurso de juiz de Direito”, conta.
Sendo juiz há quase 17 anos, o magistrado afirma que fez a escolha certa. Para Pereira, embora a carreira da magistratura ainda necessite de mais valorização, atuar na justiça gaúcha é transformador.
Além da profissão
Casado há 17 anos com Alessandra, Pereira é pai do João, de 11 anos, e do Pedro, de nove. Fora da carreira pública, o magistrado sempre foi ligado aos esportes, sendo um dos goleiros no time de futebol da Associação. Além disso, o juiz também pratica beach tennis.
A fotografia é outra paixão que permeia a vida de Pereira, que mesmo não praticando com frequência enxerga o hobby como uma maneira de conectar o seu trabalho com as dificuldades refletivas na sociedade. “Por meio da fotografia de jornalismo ou documental, somos capazes de escancarar as mazelas da sociedade que acabam aportando ao Poder Judiciário. E essa ideia, inclusive, ajudou a forjar a inclusão da categoria Fotografia no Prêmio AJURIS Direitos Humanos, que atraiu diversos interessados e produziu belas imagens ligadas ao tema”.